Meninas e meninos,
Volto a falar destes vinhos do Douro, até porque, por coisas que acontecem no mundo digital, o texto original do almoço de apresentação dos vinhos Dona Berta, feito na Taberna da Esquina faz algum tempo, se perderam na migração do antigo site do Divino Guia para o novo.
Mas não só por isso, um leitor me perguntou sobre estes vinhos, e eu o aconselhei a ver meu texto no site, e ele não os encontrando, voltou a perguntar, então aqui vai um novo post sobre a vinícola Quinta do Carrenho, no Douro-Portugal.
Um pouco da história:
Há Cerca de 40 anos Hernâni Verdelho iniciou um projeto de reconversão e adequação de vinhas velhas, plantando novas também. A Quinta do Carrenho localizada no Douro Superior, em terrenos de encosta de média altitude com excelente exposição solar em seus 15 hectares, com excelentes características para a produção de vinhos, implantado num “Terroir” específico e “sui generis”, onde cerca de metade são vinhas com mais de meio século.
Os vinhos Dona Berta nascem a partir das melhores castas e clones genuinamente portugueses, rigorosamente selecionados, com as castas brancas: Rabigato e Verdelho e as tintas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca, Sousão e Tinto Cão, e a produção é bem pequena com três brancos e quatro tintos, em média 6.0000 gf/ano.
No almoço de apresentação, os vinhos Dona Berta Vinhas Velhas Rabigato Reserva 2015, o Dona Berta Vinhas Velhas Rabigato Garrafeira 2010, o Dona Berta Vinha Centenária Branco Reserva 2012 nos brancos, e os Dona Berta Tinto Reserva 2012, o Dona Berta Tinto Cão 2012 e o Dona Berta Reserva Especial Tinto Sousão 2013-gostei muito deste vinho!
Digo de antemão que adoro os vinhos da cepa Sousão, ou Vinhão, como é conhecida no Minho, e este exemplar não decepciona, mas atenção, são vinhos potentes, encorpados, tânicos por vezes, mas com equilíbrio de acidez e álcool, se tornam fantásticos.
1-Dona Berta Vinhas Velhas Rabigato Reserva 2015, aparentemente, ao menos os exemplares trazidos, não se expressaram com toda a potencialidade que podem, e serviu de boas vindas e como acompanhamento das entradas.
2- Dona Berta Branco Rabigato Garrafeira 2010, com a missão de relembrar uma tradição portuguesa antiga de vinhos brancos velhos, quando amadureciam por tempos tanto em toneis de madeira ou mesmo em garrafa, é espetacular, harmonizou bem com uma grande variedade de entradas e com lascas de bacalhau grelhado, purê de grão de bico(difícil harmonização), ovos e vinagrete. A acidez do vinho foi primordial para o bom casamento, gostei muito deste branco, assim como o seguinte.
3-Dona Berta Vinha Centenária Reserva Branco 2012 corte de castas mais que centenárias como Códega de Larinho, Rabigato, Viosinho, Gouveio e Malvasia Fina. Aroma mineral, especiarias aparecem, untuoso e cítrico, com ótimo frescor em boca, confirmando especiarias e os cítricos.
Nos tintos, fora o Sousão, pela ordem de prazer que me proporcionaram:
4-Dona Berta Reserva Especial Tinto Sousão 2013, que já externei ser o que mais gostei.
5-Dona Berta Reserva Tinto 2012, corte de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinto Cão e Tinta Barroca, aromas muito frutados, algo de especiarias aparecem, um mineral sutil.
6-Dona Berta Tinto Cão Reserva 2012, ótima acidez em boca, no olfato frutado e algo herbáceo, evolui bastante em taça com o tempo e a temperatura aumentando, abrindo chocolate em pó, e especiarias picantes. Taninos bem presentes, fazendo com que se espere que este vinho vá bem mais longe ainda, aliás, todos os exemplares provados, incluindo-se os brancos, creio que poderão ser guardado por mais tempo.
Quem importa os vinhos é a Chico Carreiro, da quem sabe parente minha, Marly Galvão.
Espero ter respondido à pergunta do leitor e esclarecido esta experiência que passei tempos atrás.
Tel.: (21) 2498-7874
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão