Meninas e meninos,
Uma Viagem à Diversidade do Chile, com esta chamada, aconteceu mais uma fantástica degustação do MOVI-Movimiento Viñateros Independientes. Conheci o MOVI há anos atrás e tenho tido a felicidade de poder acompanhar a evolução do movimento.
Quando conheci o MOVI mais de perto, fiquei entusiasmado com o significado e o envolvimento dos vinhateiros até então poucos, se compararmos com hoje. O movimento cresceu, tanto em número de associados, quanto em aparições pelo mundo. Quando começarem eram 12 vinhateiros com total desapego ao individual em prol do coletivo.
Os vinhos e os vinhateiros não competem entre si, servem para somar, não para dividir. No grupo hoje com cerca de 40 bodegas, há os orgânicos, biodinâmicos, de secano, vinhos de autor, os vinhos de garagem, ou seja, não há restrições ao direcionamento de ideias na elaboração vínica.
Vinhos elaborados em escala humana, como se definem muito bem os integrantes do MOVI .
Nesta última degustações, agora, no começo de Outubro, denominada “Uma Viagem à Diversidade do Chile”, os vinhos foram degustados divididos em temas: Quem Disse Que Não Podia? A Volta/ A Revanche. Falando em flexibilidade e Há uma bandeira?
Nos quatro temas tivemos comparações muito didáticas onde as regiões, as uvas e as elaborações foram comentadas e facilmente se percebeu as distinções das elaborações de distintos terroires, resgates de cepas, e como a filosofia do MOVI é captada individualmente em soma para o coletivo.
Gostaria muito que nós brasileiros tivéssemos uma associação tão clara, objetiva e funcional para mostras nossos vinhos, terroires e conduções. Quem sabe um dia…
Nas mostras dos temas, tivemos as seguintes divisões.
1- Quem Disse Que Não Podia? Onde a cepa Sauvignon Blanc foi mostrada no terroir de Casablanca com o La Recova, e o Sauvignon Blanc Trapi del Bueno da região de Osorno, Patagonia Chilena .
Minha percepção que a acidez e a untuosidade foram destaques.
2- Falando em flexibilidade onde a cepa Syrah também de dois terroires com o Syrah Peumayen do Aconcagua e o Syrah Polkura do Colchagua, onde o primeiro, que mais agradou a mim, mostrou um ótimo conjunto, e o segundo com toda magnitude do potencial fenólico e madurez da cepa.
3-A Volta/ A Revanche- onde cepas distintas das regiões de Itata como a Cinsault Peroli e a País no Maule com o Garage Wine Co se mostraram frutados e fluidos. Cepas que se adaptaram muito bem no Chile.
4- Há uma bandeira?- onde na região de secano por natureza, o Maule, a Carignan BO Wines resultou num vinho magnífico, e a emblemática Carménère no Cachapoal, se mostrou por completo no Carménère Serendipia.
Parabéns MOVI pelo trabalho individual e coletivo, temos muito a aprender e apreender com vocês!
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão