Meninas e meninos,
Em uma degustação de vinhos doces da CVRPS- Comissão Vitivinícola da Região da Península de Setúbal, as diversidades e diferenças ficam demonstradas, pois podendo comparar um e outro estilos, as regiões demarcadas e as intenções dos enólogos, compreendemos mais facilmente estes vinhos.
Também havia vinhos tranquilos para serem degustados de várias vinícolas das regiões demarcadas abaixo explicadas, e que consta em registros históricos ter tradição vínica desde 2000 a.C. Hoje a região conta com uma área plantada de 9.000 ha de vinhedos na Península.
A região do Moscatel de Setúbal foi demarcada em 1907 confirmando toda a tradição vitivinícola da Península de Setúbal. Esta demarcação garante à região ser a segunda em idade perdendo apenas para o Douro.
As denominações são as seguintes:
Indicação Geográfica-I.G. Península de Setúbal -abrange todo o distrito de Setúbal com grande diversidade de castas, onde reinam brancos, tintos, rosados e espumantes de grande caráter. As castas mais plantadas e que podemos dizer, formam seu perfil vinícola são a Castelão, Syrah e Aragonês, como tintas e Moscatel de Setúbal, Fernão Pires e Arinto nas brancas.
Denominação de Origem-D.O. Palmela-abrange Setúbal, Palmela, Montijo e a freguesia de Castelo em Sesimbra. A Denominação de Origem-D.O. Palmela cobre a mesma área da D.O.Setúbal, porém não engloba a produção dos Moscateis de Setúbal, e seus vinhos podem ser brancos, rosados, tintos, espumantes e licorosos tendo a casta Castelão como diva, sendo exigida em ao menos 67% nos cortes tintos.
Denominação de Origem-D.O. Setúbal, como já disse, com a mesma área da D.O. Palmela, mas onde aparecem apenas os vinhos generosos-licorosos, os famosos Moscatéis de Setúbal tão apreciados. As castas são a Moscatel de Setúbal nas brancas e a Moscatel Roxo nos rosados, onde em cortes têm que aparecer com ao menos 67% com castas como Arinto, Fernão Pires e outras. De maneira geral na prática elas imperam nos vinhos sozinhas com 100%, e para nunca menos que 85%.
As empresas presentes nesta grande degustação, e que pretendo em outro texto comentar sobre os vinhos tranquilos foram:
Adega de Camolas
Adega de Pegões
Casa Ermelinda Freitas
José Maria da Fonseca
Quinta Brejinho da Costa
Quinta da Piloto
SIVIPA
Venâncio da Costa Lima
Para os vinhos generosos as empresa e vinhos representados foram pela ordem degustada:
Adega de Camolas com o Adega de Camolas 2015 Moscatel de Setúbal que apareceu com muito damasco e floral no olfato, confirmados em boca.
Adega de Pegões Moscatel Roxo de Setúbal com laranja seca, fumo, chá e especiarias no olfato, confirmando em boca a laranja e especiarias. Na minha preferência empatou com o Venâncio da Costa Lima.
Quinta do Brejinho da Costa 2010 Moscatel Roxo de Setúbal com chá, floral, sutil medicinal ou “farmácia”, em boca as frutas secas se sobressaem.
Venâncio da Costa Lima Reserva 2008 Moscatel de Setúbal com mel, floral, frutas secas, em boca algo tostado e as frutas se confirmam.
Casa Ermelinda Freitas Superior 2007 Moscatel de Setúbal com floral, frutas secas, feno no olfato, e em boca todos confirmados somados à incrível acidez, que o tornou o meu vinho preferido do painel.
SIVIPA 1996 Moscatel de Setúbal, esmalte, floral, damasco no olfato, confirmando em boca o damasco, este vinho talvez pela idade ou pelo jeito mais tradicional, me pareceu mais doce que os demais.
José Maria da Fonseca Alambre 20 anos Moscatel de Setúbal, frutado, floral, mel, químico, tudo confirmado em boca e com ótima acidez, meu segundo preferido no painel.
Parabéns Câmara de Comércio Portuguesa, Vinhos de Portugal, Comissão Vitivinícola da Região da Península de Setúbal-CVRPS pela mostra, aguardo ansioso nova oportunidade.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão