Meninas e meninos,
Vinícola Donnafugata e seus belos vinhos, faz algum tempo, fizeram parte de uma memorável degustação ocorrida no KAA, promovida pela World Wine. Novamente explico que como os vinhos e a gastronomia são atemporais, não me sinto compelido a publicar sobre as experiências sensoriais imediatamente, pois muitos participantes o fazem, explorando até em demasia as imagens e textos.
Eu sigo no meu ritmo, e aos poucos vou contando sobre estas extraordinárias ocasiões, onde posso degustar vinhos na companhia de quem os vinifica, ou os representa pelo mundo afora, em conjunto na maior parte das vezes com gastronomias incríveis.
Alessandro Vecchi, embaixador da Donnafugata começou por explicar a origem do nome, que significa “mulher em fuga”, e que advém da rainha Maria Carolina, esposa de Fernando IV de Bourbon, que fugiu de Nápoles na década de 1800 com a chegada das tropas de Napoleão, e que se dirigiu à Sicília, onde hoje a vinícola tem seus vinhedos.
Também comentou que os rótulos são sempre homenagens à arte e literatura, inspirados por Gabriella Rallo e desenhados por Stefano Vitale. Não posso deixar de mencionar que o cuidado da Donnafugata com a sustentabilidade, é imperioso, não utiliza nas práticas agrícolas nenhum herbicida, fertilizantes químicos, e produz energia limpa, coisa que desconhecia de outras degustações.
Considerada uma das grandes responsáveis por difundir os vinhos da cepa Nero d’Ávola vinificando grande vinhos, a Donnafugata mostrou neste almoço onde o Chef Massimo Barletti do KAA procurou harmonizar os pratos e ingrediente sicilianos aos vinhos, porque tem seu nome na história.
1- Anthìlia DOC 2017 corte de Catarrato e mais algumas uvas tradicionais da região e não nominadas, é um vinho ideal para início de trabalhos, com muito mineral no olfato e boca, frutas brancas e algo cítricas. Surgem notas de pera e um floral após tempo em taça, acompanhou bem as entradas servidas. Gostei muito deste vinho!
2- La Fuga Chardonnay 2016 DOC, para acompanhar a entrada que tinha opção de ser um carpaccio de mignon com rúcula e parmesão, ou salda de folhas, amêndoas tostadas e grana padano. Escolhi o carpaccio para ver a pegada menos óbvia que as folhas e as amêndoas tostadas. Este vinho não passa por madeira, mas parece ter ao menos fermentado em barricas, muita fruta cítrica no olfato, abacaxi em calda, notas tostadas, mineral mais sutil que o anterior, confirma em boca o que o olfato entrega, boa acidez e fez bonito com o carpaccio.
3-Sherazade Nero d’Avola DOC 2015 vinho para acompanhar Ravióli de burrata ao limão Siciliano com molho de tomates e manjericão; lombo de salmão confit com risoto de limão Siciliano, ou entrecôte de Angus, especiarias e tagliolini na manteiga de sálvia: Eu fiquei com o Ravióli. Este vinho oferece muita fruta no olfato, alguma especiarias picantes e doces, em boca confirma as especiarias e o frutado, mas surgem depois notas florais sutis. Bem equilibrado em acidez e taninos, acompanhou bem a massa. Também não estagia em madeira.
4- Sedàra DOC 2016 este um corte de Nero d’Ávola, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e outras uvas permitidas, mas não nominadas, para acompanhar a mesma massa escolhida por mim. No olfato as frutas negras, as especiarias picantes principalmente e um sutil vegetal. Em boca, confirma o frutado, as especiarias, leve toque de hervas, equilibrado e também não passa por madeira. Belo vinho, dos tintos o que mais me agradou pela complexidade.
Ficamos todos na expectativa de provarmos com a sobremesa que podia ser ou Profiteloles com sorvete de creme e calda de chocolate, ou Mil folhas de doce de leite, o vinho Passito de Pantelleria “Ben Ryé” DOP, um dos que mais me agrada desta região Siciliana e vinificado com a cepa Zibibo, ou Zibbo, ou Moscato de Alexandria como é mais conhecida, mas não tive esta sorte… Donnafugata ficou devendo e eu ainda aguardo a nova chance de provar deste néctar. Promessa do Alessandro.
Os vinhos Donnafugata são importados pela World Wine https://www.worldwine.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão