Meninas e meninos,
Les Jammeles no Bistrô Charlô, sim Les Jamelles a linha de vinhos do Languedoc Roussillon, e Bistrô Charlô com a gastronomia para acompanhar na elegante e sempre ótima casa.
Mas não fica por aí, porque como sempre digo harmonizar vinhos e gastronomia tem muito de subjetivo também, e passa antes de tudo pela harmonia dos convivas e comensais.
Quer harmonia mais elegante do que um convite da minha amiga e também acadêmica como eu, na Academia Brasileira de Gastronomia-ABG, Joana Munné, que leva a sério a gastronomia e tem sob sua direção a Sibaris Produções Gastronômicas?
Querem mais? E sentar-se à mesa com duas sommelières da Winebrands, que é a importadora dos vinhos Les Jamelles, a Clara Mei e a Cris Gomes, e ainda por cima, acompanhados da ilustre visita do diretor geral da Badet Clément a empresa responsável pelos vinhos franceses que degustamos, não é um luxo?
Tudo isto com o requinte da supervisão pessoal da Andrea Monteiro a general manager do Bistrô Charlô, que executou um cardápio exclusivo para a ocasião, acompanhando os quatro vinhos Les Jamelles degustados que foram pela ordem o Les Jamelles Viognier 2016; Les Jamelles Sauvignon Blanc 2016; Les Jamelles Pinot Noir 2016 e Les Jamelles Grenache 2015.
Disse Pacaut que a intenção dos responsáveis, ambos enólogos, Catherine e Laurent Delaunay, cuidando da linha Les Jamelles desde o ano de 1991, que descobrindo o terroir diversificado do Languedoc-Roussilion que possibilitaria mostrar a riqueza e potencial vínico, fazem um blend de uvas produzidas em diversas parcelas regionais, dando maior complexidade e trazendo diferenças por vezes sutis, que complementam seus vinhos, todos varietais todos Pays d’Oc.
A cave em Monze, perto de Carcassonne, é um dos elementos que completam a diversidade da linha Les Jamelles, sendo que seus vinhos passam lá em barricas usadas cerca variando de 5% a 25% do vinho, com Catherine assinando a linha como uma das poucas enólogas francesas.
Catherine e Laurent Delaunay sempre quiseram destacar as castas Pays d’Oc, produzindo vinhos de carácter, orgulhosos do seu terroir, implementando na linha seis rótulos todos varietais, como já expliquei.
1-Para acompanhar o amuse bouche com canapés de joelho de porco, foi servido o Les Jamelles Viognier 2016, vinho muito aromático, por vezes até em demasia no seu floral, trás uvas dos terroires de Hérault e do Haute Vallée de l’Aude, onde existem solos calcários e ricos em seixos.
O frutado surge após o exuberante floral, e ambos se confirmam em boca, exalando no retro olfato o floral, e um ligeiro amargor que não chega a incomodar, talvez seja aquele amargor de fruta cítrica como a lima ou toranja; o vinho não faz malolática.
2-Para acompanhar a salada de frango cajun com espuma de burrata, o Les Jamelles Sauvignon Blanc 2016, excelente e equilibrado em sua acidez, açúcares e álcool. Frutado cítrico, floral mais sutil, nada em minha percepção daquela vegetal se mostrando, confirma em boca o que o olfato indica, longo, fresco e elegante.
Como informação para definir a certa mineralidade que senti, as uvas que compõem o blend vêm da região de Gard, das planícies de Hérault e do vale de Aude, onde o solo calcário aparece; também sem malolática.
3- Para acompanhar o bacalhau com endívia caramelizada, o Les Jamelles Pinot Noir 2016, com muita fruta negra e sutil especiaria picante, é proveniente de uvas do vale do Aude, no sopé dos Pirinéus, sofrendo esta influência. Cor um pouco mais carregada do que um Pinot borgonhês, boca e olfato mais discretos, e agora sim aparecem tostados, defumados, resultado da passagem por barricas apenas 25% do vinho de 6 a 9 meses.
Em minha opinião a endívia caramelizada destoou do afinamento da harmonização, que até seria interessante com o bacalhau ervas e azeite. Eu se pudesse sugerir, colocaria um atum, ou mesmo um salmão executados do mesmo jeito, sem a endívia.
4-Para acompanhar o entrecôte Black Angus com mini cebolas glaciadas e molho roquefort o potente Les Jamelles Grenache 2015. Vinho robusto, suas uvas provenientes dos melhores solos de Pays d’Oc, entre Béziers e Perpignan são de idade entre 10 a 20 anos e estão localizadas em encostas de solo argiloso do rio Aude e em solos argilo-calcários nos Minervois.
A potência sentida decorre de uma longa maceração sob temperatura controlada no tanque com remontagem regular. O vinho é transferido em parte em barricas de carvalho 5% a 10% por cerca de 9 meses.
Bastante frutado, sutil especiarias provavelmente mais em decorrência da madeira do que propriamente das vinhas que para esta variedade são jovens, confirma em boca o frutado, as especiarias, seu tanino ainda precisa de tempo em garrafa, creio que mais uns 3 anos este vinho esteja no auge. Que tal um cordeiro assado para acompanhar este vinho?
Quem importa a linha Les Jamelles e a Winebrands
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão