Meninas e meninos,
Malgarim Vinhos, ouvi falar ao ler meus queridos amigos Sonia Denicol a “Madame do Vinho” e Rogerio Dardeau, outro entusiasta com eu e Sonia dos vinhos brasileiros de qualidade.
Comprei alguns exemplares faz algum tempo e esperava uma oportunidade para começar a degusta-los, depois de aguardar um tempo de descanso após a chegada, para que a movimentação do liquido no transporte fosse aplacada.
A região das missões vem mostrando seu potencial vitivinícola e alguns ótimos exemplares chegam de lá mostrando que a região tem verdadeira vocação para vinhos, bastante para isso, fosse o cuidado com as variedades, boas mudas e trato adequado no campo e depois ao vinificar.
Tenho dito e escrito bastante sobre esta mania de não darmos valor aos produtos que são nossos, brasileiros, construídos com trabalho e suor, e o vinho entra nesta relação, pois até bem pouco tempo teimavam alguns em não reconhecer que sim é possível fazer vinhos de qualidade em nossa casa.
Voltando à Malgarim Vinhos, em São Borja nos idos de 2001 começa o resgate da história da família que teve seu principio no ano de 1870 com o pioneiro da família Malgarim nesta atividade Dom Augusto Malgarim, mas no que foi então a chamada Quarta Colônia do Rio Grande do Sul.
Vejam sobre esta Quarta Colônia segundo Wikipedia- “O nome da região foi definido por ser a quarta área de assentamento para os imigrantes italianos que vieram para o Rio Grande do Sul no século XIX, apenas depois de Caxias do Sul, (com a denominação antiga de Campo dos Bugres), Dona Isabel (hoje Bento Gonçalves) e Conde d’Eu (hoje Garibaldi), e a primeira fora da Serra Gaúcha.
O local escolhido ficava distante dos demais núcleos de imigração italiana, mas favorecido pelas boas condições da região, que permitia o uso nos cultivos de uva e fumo, próximo ao município de Santa Maria”.
A Malgarim Vinhos produz as cepas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Tempranillo dentre tintas e as brancas Chardonnay, Riesling e Sauvignon Blanc, e destas faz seus vinhos em uma linha que consta de Tintos varietais de todas as tintas, acrescidos de um Assemblage com as Cabernet Franc e Sauvignon e Merlot, o rosado de Cabernet Sauvignon, e os brancos varietais.
Comecei pelo Asemblage, corte como disse acima de Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot, e nesta safra degustada 2013, já apresenta uma evolução tanto na cor, como no olfato e palato.
Equilibrado, macio, correto, a fruta no olfato permanece, alguma especiaria de mostra, ambas confirmadas em boca, uma acidez muito boa, longo e equilibrado em taninos ainda presentes, álcool comportado 12,5%.
Com as gastronomias propostas para a experiência de harmonização, notei que neste estágio do vinho minha escolha, mesmo sem ter aberto o vinho antes se confirmou, com uma carne sem muita gordura, e de fibras longas com a fraldinha.
Ainda um frango assado com algumas especiarias foi bem, e como aperitivos o queijo de mofo azul como o gorgonzola; gosto desta combinação quando o vinho não traz muitos taninos evidentes, e um queijo de mofo branco, mais para agradar aos outros comensais.
Acompanhando sem susto uma massa à bolonhesa com queijo parmesão gratinado o vinho somou ao prato. Tanto o vinho solo como harmonizado me agradou e espero a oportunidade para visitar esta vinícola, não sem antes degustar os outros exemplares que comprei.
Sonia Denicol-Madame do Vinho
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão